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A Viagem I

Ultimos meses, Curitiba e embarque.

Decidir que íamos nos mudar foi fácil, embarcar foi bem mais difícil. Fizemos todo o tramite através de uma empreiteira, o que já nos garantiu onde moraríamos e onde meus pais trabalhariam. Foram meses à espera da noticia de que finalmente íamos embarcar. E mesmo quando essa finalmente chegou ainda foi confuso, sabíamos que estávamos quase indo e para onde íamos, Echizen a terceira desde o inicio da historia, mas não sabíamos exatamente quando embarcaríamos.

Nisso era o final de semana anterior ao aniversario do meu pai e como só tínhamos mais alguns dias no brasil decidimos ir para Curitiba ate termos que embarcar. Finalmente deixamos o apartamento em Ponta Das Canas onde estávamos depois que entregamos o nosso. Novamente estávamos homeless.

Como só tínhamos o carro, deixamos nossas malas gigantescas em Floripa e viajamos só com as malas de mão.

Nunca essa viagem tão curtinha fora tão demorada, era muita ansiedade de ver essas pessoinhas que moravam tão longe de mim, em Brasília, e que agora que eu ia para o outro lado do mundo decidiram se mudar para Curitiba. Os dias que passei lá foram mais que só uma despedida. Foi com uma certa tristeza que na terça rebemos a noticia de que embarcaríamos na manha seguinte. Voltamos para Floripa.

A volta foi obviamente bem mais rápida que a ida, sentia agora um tipo diferente de ansiedade, não era mais uma pressa de chegar logo mas algo muito mais complexo que envolvia o medo do que iria acontecer e a expectativa de morar em um pais pelo qual sempre tive muita curiosidade, era ter que virar minha vida de cabeça para baixo.

Quando falei para as pessoas que eu iria morar no Japão, muitos acharam que eu estava brincando. Afinal Japão e o país que usamos como figura de linguagem para algo impossível, longe demais. Mas quem já teve qualquer experiência ou contato com a minha família sabe que quando o assunto é coisas inesperada, mudarmos de vida ou de lugar, meus pais são os candidatos ideias. Conheço poucos que embarcariam nessa aventura.

Pernoitamos na casa de uma amiga, ocupando cada centímetro da casa dela com nossos pertences e malas, e ainda tivemos que deixar muitas coisas para fora das nossas 8 malas de 32 quilos. No fim tínhamos oito malas abarrotadas, sete malas de mão que eram na verdade pequenas malas também abarrotadas como, por exemplo, uma mala de mão só de sapatos que não couberam nas malas grandes.

Fomos deitar muito tarde organizando tudo isso, meus pais ainda mais do que eu. Só assim conseguimos dormir, pois do contrario nossos pensamentos não se calariam o suficiente.

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